Rui viveu uma vida normal até seus 15 anos. Quando voltava da escola, viu que havia umas manchas em sua pele, mas achou irrelevante. Muitas alergias poderiam causar aquilo, era melhor esperar um tempo e ver no que ia dar. Entretanto, durante a aula, Rui notou que as manchas estavam bem maiores e começou a se desesperar. Pediu ao professor para sair de sala para poder ver o que era, mas, por ter seu pedido negado, o garoto se enfureceu e saiu correndo da aula, sem permissão alguma. Foi direto para casa, na tentativa de conseguir alguma ajuda dos pais, mas, enquanto corria, viu seu reflexo em uma vitrine. As outroras manchas haviam se espalhado pelo corpo do rapaz e agora ele estava com uma leve coloração verde. Rui entrou em choque com todas as pessoas da rua o olhando e, com medo da reação delas, fugiu pela cidade buscando auxílio, querendo se esconder dos outros e dele mesmo.
Enquanto fugia, viu que um ônibus estava vindo em sua direção e sem saber direito o que fazer, pulou para o lado e se viu agarrado ao veículo. As pessoas não o notavam mais e, ao olhar para suas mãos, percebeu que elas estavam numa espécie de camuflagem. Seu corpo estava completamente transparente, até mesmo suas roupas haviam se misturado ao ambiente. Tudo aquilo foi incrível demais e Rui acabou se esquecendo um ouço da maldição que havia lhe caído. Se desgrudou do ônibus e sentou-se num banco. Já estava ficando de tarde e ele precisava se decidir sobre o que fazer. Voltar pra casa poderia ser estupidez. Seus pais talvez não o aceitariam e, mesmo se o acolhessem, ele acabaria trazendo muitos problemas para eles. O melhor a fazer era morar na rua, na esperança de que aquela mutação acabasse, algo que não aconteceria nunca. Depois de dormir por dois dias nas ruas de Nova Capital, escamas jpa haviam aparecido na pele do rapaz e ele resolve adentrar os esgotos, pois corria um boato na cidade de que um bando de seres diferentes morava no subterrâneo. Caminhando pelas águas fétidas e sujas dos esgotos, Rui vê ao longe, um par de olhos vermelhos o observando. Era Ratazana, a mãe do Bando. A partir daí, uma nova vida havia começado para o jovem lagarto, que agora já havia se auto batizado de Réptil.