Baronesa e suas proles são combatidas por Homem-positivo e Inquisitor no teatro da cidade. Porém, o vampiro Raflaer interrompe a briga trazendo a polícia pronta para invadir o local. Homem-positivo deixa o lugar após ter um surto de lembranças gerado por Raflaer que escapa junto de Inquisitor deixando a sujeira para Baronesa limpar.
A sociedade artística do bairro Constelação estava alvoroçada com a chegada de uma famosa harpista dos círculos maiscults da música clássica e contemporânea, Silvânia Solano, que também tem o título de baronesa. Além da presença da baronesa, os artistas estavam entusiasmados com um novo teatro no bairro, custeado com os recursos da harpista. Era uma pequena sala que comportaria as reuniões da artista e de convidados, com capacidade para cem lugares, o que tornariam os ingressos disputadíssimos, alvos de consumo da elite de Nova Capital.
A inauguração seria realizada com um sarau para somente cinquenta pessoas, cujos ingressos estavam entre os mais caros da vida noturna da cidade, em que a própria baronesa tocaria sua harpa e apresentaria suas três discípulas, cada uma versada numa arte diferente: canto, dança e pintura.
Os ingressos esgotaram-se numa hora, embora alguns tenham sido reservados para sorteio numa rádio elitista, levando poucos afortunados a comparecer a evento tão esplêndido.
Na noite do sarau, a casa já estava preenchida com os espectadores e a apresentação teve início. A baronesa realmente era muito hábil com a harpa, enquanto suas pupilas destacavam-se muito bem em cada área de atuação. Ao fim do espetáculo, a harpista convidou um grupo restrito de dez pessoas para estenderem a noite no teatro, em sua companhia particular. Tal grupo foi contemplado com uma fita vermelha que estava abaixo de seus assentos.
Quando o grupo de contemplados estava na intimidade com a artista, ela revela sua verdadeira natureza. Usando seus poderes de encantamento, ela fez o grupo todo ficar extasiado, sem se importarem de estar servindo seu próprio sangue a uma vampira.
Os contemplados com a fita vermelha dirigiam-se aos aposentos da Baronesa, os dez afortunados logo beberam dos vinhos e comeram dos canapés servidos, com iguarias tão finas que poucos de Nova Capital poderiam experimentar. Realmente, a baronesa gastava muito bem seu dinheiro e queria provar isso como anfitriã.
O grupo conversava acerca de arte e finesse e caía nos gracejos da vampira, mesmo sem usar seus poderes de encantamento ainda. Os dez convidados eram pessoas de bom gosto e apreciavam muito a companhia da senhora Solano e esta já preparava seus caninos para serem cravados no pescoço de um cientista, chamado Daniel Ramos.
Porém, não foram apenas os dez escolhidos que continuaram no teatro. Usando de artimanhas para ganhar tempo e continuar na casa de espetáculos, o homem hoje conhecido por Giovanni Oliveira, também conhecido, entre os seus, comoInquisidor, surgira de repente na sala reservada.
- Não acha deseducado de sua parte visitar minha cidade e não me mandar uma carta avisando? Esperava mais de você, Baronesa, talvez um convite para o jantar?
A Baronesa para sua investida em sua vítima e olhar para Inquisidor como quem acabara de ver fantasmas. Então esboça um sorriso.
- Sua cidade, Giovanni? Esta cidade não lhe pertence mais, seu tempo já se esgotara. Você foi uma péssima representação de nossa e não merece o título de único Lorde Vampiro de Nova Capital. O Conciliábulo está aqui. Uma cidade como esta, importante e grande como Nova Capital é, merece muito mais que um simples e ausente guardião vampírico. Vladimir Fagundes, o verdadeiro Lorde Vampiro já mandou parte de sua comitiva para preparar o terreno para sua chegada. E pelos erros que você comenteu, Inquisidor, pagará seu desleixo com sua existência. Ainda mais nas minhas mãos, certamente ganharei um cadeira no círculo interno do Conciliábulo.
Mal ela termina de falar e suas crias usam seu sangue para ficarem mais fortes, com os caninos salientes e prontas para tirar a não-vida do herói.
- Deixe-me cuidar de suas proles para podermos conversar a sós, B-a-r-o-n-e-s-a - Giovanni responde à investida das vampiras, desdenhando do título de Silvânia Solano.
As crias logo saltam em direção de Inquisidor, que empunha sua bengala, revelando a espada escondida. Ele luta como um cavalheiro cheio de classe, enquanto as progênies da baronesa não lutam de forma coordenada, talvez por seres apenas artistas e não ter poderes, já que não são vampiras verdadeiras.
Os movimentos de Giovanni, porém, são rápidos e certeiros, cortando a pele das crias com extrema facilidade. Uma a uma, as crianças da noite caem, restando somente Inquisidor e a Baronesa.
No momento em que Inquisidor adentrou o salão reservado da Baronesa, a vampira estava prestes a se alimentar do cientista Daniel Ramos, que veste o manto do herói
Homem-Positivo. Com a atenção da Baronesa voltada para a luta entre o herói e suas pupilas, o encanto da vampira perdeu a força sobre o cientista, embora os nove convivas restantes ainda estivesse num êxtase interno, talvez gerado pelo vinho.
Daniel vai até a parte externa, quando se dá conta que somente ele foi libertado do êxtase e sua consciência heróica impede-o de fugir. Ele olha a volta à procura de algo para usar contra a vampira, quando enxerga um grande holofote e a luz emanada dele remete à luz solar do amanhecer. Ele não tem mais dúvidas.
Concentrando seu controle químico sobre a luz emitida pela grande lâmpada, ele vai tentando a configuração da onda de modo que ela produza raios ultravioleta alfa e beta, os raios solares. Assim que consegue replicar a luz do sol, ele voa até o holofote e direciona-o até o Inquisidor, a Baronesa e suas crias.
As almas impuras queimam rapidamente, escondendo-se onde podiam.
- É assim que você comanda esta cidade, Giovanni? Há muito perdeu o controle para estesmortais modificados. Eles não tem o direito conquistado por nós há anos de controlar as cidades. Isto é um erro que você cometeu e nós viemos corrigir!
Homem Positivo tentava acertar os mortos-vivos, mas a agilidade deles foi suficiente para se refugiarem. Ao menos, o controle hipnótico da Baronesa foi quebrado e os convidados corriam em direção à saída, sem entender muito bem o que estava acontecendo.
Neste tempo, as crias da Baronesa juntam-se e, numa cena que remetiria a lesbianimo, começam a lamber-se e curar suas feridas, causadas por Inquisidor. Assim que completam a cura, elas saem de seu esconderijo e postam-se à frente da Baronesa. Homem Positivo direciona o holofote para elas, mas não surte efeito algum.
- Sorte nossa que não somos vampiras completas ainda, e a luz do dia não nos prejudica em nada - elas dizem, em uníssono.
Porém, os convivas que haviam fugido retornam, desta vez nitidamente hipnotizados.
- Olá, pessoal - diz um sujeito pálido, vestindo o que parece ser uma camisa de força. Sua voz é sinistra e nitidamente perturbada.
Pensando se tratar de mais um vampiro, Homem-Positivo direciona o holofote a ele, já que não surtira efeito nas discípulas da Baronesa, mas uma imagem invade a mente de Daniel: Greice Kelly, a travesti que permeia seus pensamentos desde que fracassou em salvar sua colega em Barão da Conquista.
- Meu amor, eu quero você! Eu preciso de um companheiro...
Homem-Positivo, apavorado, deixa o holofote cair e voa dali o mais rápido que pode.
- É realmente uma loucura, o que as pessoas guardam em seu subconsciente... - gargalha o Louco.
- Então hoje é o encontro dos banidos? Raflaer é outra gentalha da mesma estirpe de você, Giovanni.
As crias da Baronesa avançam em direção ao Louco, mas os convidados estão sob controle do intruso.
- Vim apenas em socorro de meu amigo. Sabia que seu gosto pela arte iria trazê-lo aqui. E foi fácil passar pelos seus seguranças. Mas eles estão avisados, assim como a polícia, que algo estranho acontece nos bastidores do teatro.Acho melhor vocês arrumarem uma desculpa para se explicarem e não por em risco o Conciliábulo... - ele ri - - Não vai me dar uma carona, amigo?
Inquisidor e o Louco saem do teatro, a tempo de ouvir as sirenes da polícia se aproximando.
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